sábado, 25 de fevereiro de 2017

Entre parênteses: como parei no Bolsa Nerd

Como este é um blog que quero muito que seja descontraído, acho que preciso de um espaço para ser mais do que uma profe ou uma geek, mas uma pessoa acessível é que vocês me conheçam. No entre parênteses eu gostaria de colocar um pouco da minha história.

Eu gostaria de falar sobre como acabei no Bolsa Nerd, sou atualmente uma das hosts e vamos entrar na segunda edição.

Bom, é interessante tentar coisas novas e mais ainda é bom assumir os seu gostos excêntricos e descobrir que eles não são nem um pouco estranhos, e sua cabeça mudar totalmente com relação a eles.
Uma coisa é ter seus gostos, outra é assumir e vestir literalmente a camisa, mudar de postura. Na minha cabeça, meu gosto por super heróis e quadrinhos era apenas para estar na minha casa, nos momentos que me eram para descontração e deveria ser apenas meu hobby.
Coisas que devem saber sobre mim: entrei para a faculdade com apenas 18 aninhos e era a mais nova da turma. Eu tinha que me provar como inteligente e madura... Estar a altura do desafio, ser séria, centrada ( o que nunca fui), politizada, feminista, militante (eu já era engajada em movimento estudantil). Uma parte de mim quis dar fim a meu gosto por quadrinhos e heróis (uma propaganda imperialista e não mais americana e sim estado unidense). Tudo isso não era exatamente eu de verdade, mais uma face de que eu criei para ser intelectual, ou melhor pseudo intelectual e hipócrita dá minha parte.
Eu me já estava quase me engajando em políticas quando vieram as Novas linguagens me libertar, e descobri que tudo poderia ser formas de fazer história (ainda bem porque olhando para trás eu me vejo como uma chata - eu tenho pavor a gente chata). Foi a literatura ficcional que me libertou, pois eu sempre quis ser a diferentona, a descolada. Escrevi sobre a Primeira Guerra e o trauma que os soldados sofreram que ficou refletido na literatura. Não havia outra monografia na faculdade sobre isso... Mas ainda não assumi meu gosto por quadrinhos neste momento, eu era mais descolada, mas não menos chata. Eu me formei.
E veio a profissão: a mais nova das professoras, a carinha de menina é mais uma vez o desafio (interno sempre) de me provar competente e séria. Grande bobagem, tá gente! Se está com esta paranóia que eu tinha pare agora! O que te dá competência é a sua aula e não as roupas que usa.
Muito recentemente joguei tudo para o alto, quando tudo estava consolidado na minha vida e eu caí na real, eu sentia falta dos meus quadrinhos, dos meus gostos excêntricos que estavam em muito abandonados. Aí veio minha primeira camiseta de super herói: eu não resisti e comprei uma camiseta do Superman na sessão infantil... Timidamente eu usei em sala, de uma forma mais adulta possível, muitos acessórios e uma sapatilha mais séria. Pronto, eu estava resgatada e não tirou em nenhum momento minha autoridade e sim o respeito de meus alunos e admiração.
Para os meus superiores, o estranhamento no começo e depois mais uma vez admiração. Eu me tornei mais estilosa e os comentários agora estavam em todos os corredores: nossa, como a professora é estilosa, né? (Alunas) Tamiris as alunas não param de falar sobre suas roupas, você é um modelo! (Pedagogas) Eu me aprimorei, minhas roupas se adequaram a minha idade de uma forma geek, minhas estantes foram aumentando com volumes de quadrinhos e minhas aulas passaram a ter mais e mais referências, minhas redes sociais com mais e mais referências nerds.
E... Uma amiga de anos Débora (sua linda) me adiciona em todos os grupos nerds pelo Facebook a fora... Nossas conversas recheadas de nerdices até finalmente a proposta vir: quer participar comigo de um novo projeto? Desconfiada eu disse tudo bem, e hoje é uma parte da minha vida.
Entre parênteses minha vida era chata, sem graça, séria e com a voz reprimida. Hoje é colorida, estilosa, nerd e minha voz está aí para o mundo ouvir!
Escutem o Bolsa Nerd, e ousem como eu! Tentem coisas novas!
Um beijo para todos

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